Hoje, nada disso me aconteceu porque estou a escrever acabado de chegar da FIL- Feira Internacional de Lisboa onde está a decorrer o SIL e onde pude mais uma vez sentir a dinâmica do setor imobiliário nas suas diferentes vertentes: investidor, promotor, construtor, mediador, técnicos, organismos públicos e público potencial comprador. Beneficiando ainda de em simultâneo estar a decorrer a Tektónica - Feira Internacional da Construção, o SIL afirma a sua posição como o marketplace do imobiliário em Portugal.
A enorme participação de visitantes e participantes que encheram a feira e as conferências, demonstram a relevância do setor e o interesse nas diversas ofertas, na discussão dos diferentes temas abordados, e no topo da agenda, a procura de soluções para a habitação. Foram muitas as opiniões partilhadas nas conferências, mas também em apresentações nos diferentes expositores, destacando-se a Cidade da APPII- Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários.
As questões colocadas pela subida de taxas de juro parecem estar descontadas nas decisões de investimento, no entanto as dificuldades associadas a uma maior incerteza legislativa e fiscal parecem estar a ter um maior impacto na atração de investidores internacionais, que estiveram presentes nos últimos anos e muito contribuíram para o desenvolvimento do setor. As alterações recentemente propostas para o mercado do arrendamento tiveram, desde logo, dois impactos: o desaparecimento de investimentos build to rent, um aumento nas rendas pedidas resultante do aumento do risco associado.
No entanto, a vontade de simplificação do licenciamento, se acompanhada com medidas de cumprimento de prazos, poderá ter um grande impacto no aumento da construção. Com efeito, a última década tem muito menos construção de habitação do que as décadas anteriores, e as questões e demora dos licenciamentos aparecem no topo das dificuldades.
Com novas técnicas e materiais de construção, o setor reclama a ambição de construir mais rápido e com melhor qualidade. A utilização da tecnologia BIM - Building Information Modeling contribui para esses objetivos, permitindo um planeamento mais eficiente e uma redução de falhas de execução ao fazer a integração de todos os processos de uma construção. As apostas de renovação para garantir as metas de sustentabilidade até 2030, são outro vetor da atividade que ganhou relevância nas diferentes apresentações que foram feitas.
Regressando em 2023 em pleno, sem as condicionantes da pandemia, o SIL continua a crescer e a sua relevância nacional é incontestável. Os projetos da Fundação AIP para o seu desenvolvimento revelam-se apostas vencedoras, de que a crescente internacionalização é testemunho. Vemo-nos em 2024 no SIL.