Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

Saúde e Economia: equilíbrio difícil mas possível

04/11/2020

Mas, se esta preocupação com a saúde e com a sustentabilidade do País é mais do que compreensível perante a excecionalidade da situação que estamos a viver, é igualmente necessário olhar para o nosso percurso recente e perceber que há condições efetivas para ultrapassar este momento.

E, setores como a Construção e Imobiliário têm demonstrado que, com responsabilidade e determinação, é possível estabilizar a atividade económica, manter e criar postos de trabalho e colaborar no esforço coletivo para conter a pandemia. Os indicadores económicos registados ao longo dos últimos meses são inequívocos e revelam o contributo positivo do Setor e a resiliência de empresários e investidores. Esta é uma realidade que tem vindo a ser amplamente reconhecida e evidenciada.

Efetivamente, em março, com a primeira declaração de Estado de Emergência e ainda que sujeitas a um forte conjunto de limitações à mobilidade dos seus trabalhadores, a uma urgente e imperiosa necessidade de adaptação a novas regras e a um aumento dos seus custos operacionais, de uma forma geral, as nossas empresas permaneceram em atividade. Asseguraram e continuam a assegurar as obras em curso, designadamente a construção e manutenção de equipamentos e infraestruturas essenciais, como os hospitais ou as redes de transportes, energia, água, saneamento e comunicações e, de igual modo, todos os serviços que permitem manter os nossos edifícios seguros e saudáveis.

É certo que o Governo não pode ignorar as dificuldades impostas pela pandemia e que vão desde uma inevitável redução da produtividade até situações muito graves como é o caso das empresas de construção e montagem de stands e prestação de serviços relacionados com feiras internacionais de negócios, exposições e outros eventos, que viram a sua atividade suspensa. É, pois, necessário salvaguardar a competitividade das empresas portuguesas, a capacidade produtiva nacional e o emprego. Para isso, é preciso apoios concretos e efetivos, bem como um reforço do investimento público, concretizando projetos identificados como essenciais para o País e gerando oportunidades de trabalho para as empresas portuguesas.

Este é, uma vez mais, um momento de união do poder político e da sociedade em geral, para um enfoque no que é essencial: conter um problema de saúde pública de forma rápida e eficaz, sem parar completamente a economia. Este é um desafio coletivo para cidadãos, empresas e entidades públicas, que exige equilíbrios difíceis, mas possíveis. E, o Setor da Construção e do Imobiliário tem sido um exemplo claro de que é possível encontrar esses equilíbrios.