A rigidez dos escritórios tradicionais dá vez a modelos mais flexíveis, que integram o equilíbrio entre trabalho, vida pessoal e lazer. Além disso, a crescente preocupação com os critérios ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) está a moldar as decisões de empresas e investidores, tornando a sustentabilidade e a responsabilidade social fatores determinantes neste mercado.
O trabalho remoto alterou significativamente a procura por espaços de escritório. De facto, muitas empresas adotaram modelos híbridos, reduzindo a necessidade de grandes espaços físicos e promovendo soluções mais flexíveis, como coworking e hubs empresariais. As cidades de Lisboa e Porto continuam a ser polos de atração de empresas nacionais e internacionais, mas com novas exigências, a saber: espaços menores, tecnologicamente avançados e localizados em áreas com boas infraestruturas tornaram-se essenciais para organizações que valorizam a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. De facto, cada vez mais as empresas procuram edifícios que sigam padrões elevados de sustentabilidade, como certificações LEED ou BREEAM, que garantam eficiência energética, redução da pegada de carbono e melhores condições ambientais. Ademais, constata-se uma preocupação crescente com a responsabilidade social. Espaços de trabalho mais inclusivos, acessíveis e que promovam o bem-estar dos colaboradores são cada vez mais valorizados. Elementos como iluminação natural, ventilação eficiente e integração com espaços verdes são fatores que influenciam as decisões de ocupação. No âmbito da governança, as empresas estão a priorizar escritórios em edifícios geridos de forma ética e transparente, garantindo conformidade com regulamentações ambientais e sociais.
O “nosso cantinho, à beira-mar plantado” consolidou-se como um destino atrativo para empresas tecnológicas e startups, graças aos incentivos fiscais, ao custo de vida acessível e à elevada qualidade de vida.
Apesar das oportunidades, o setor enfrenta desafios, a saber: a variação das taxas de juro, incerteza económica global, exigência por contratos mais flexíveis e por espaços multifuncionais, e, bem assim, necessidade de adaptação às novas exigências do mercado e aos princípios ESG. Espaços que conciliem trabalho, vida pessoal e lazer, promovendo produtividade, bem-estar e sustentabilidade, estarão melhor posicionados para prosperar. Empresas e investidores que apostarem nesta transformação terão uma vantagem competitiva num setor em constante evolução.