Ricardo Sousa
Ricardo Sousa
CEO da Century 21 Portugal

Setor imobiliário deverá assumir a liderança na sustentabilidade

14/12/2021

É inquestionável o aumento da consciência global para a gestão ambiental e os edifícios representam atualmente quase 40% das emissões de carbono, em todo o mundo, e quase 70% das emissões em áreas urbanas. Reduzir as emissões de carbono, para preservar o ambiente para as gerações futuras, obriga à realização de reformas, reabilitações e novas construções que cumpram os critérios de sustentabilidade dos edifícios.

E este é um processo extremamente oneroso no curto prazo, tendo em consideração os atuais custos de construção, o valor das matérias primas, a escassez de mão de obra e as técnicas construtivas ainda utilizadas. Contudo, é imperativo considerar nesta equação os benefícios de longo prazo, por isso, encontrar o equilíbrio neste antagonismo é um grande desafio a superar pelo sector.

A sustentabilidade do mercado imobiliário também assume várias dimensões, nomeadamente, superar o desafio do acesso à habitação por parte dos jovens e das famílias portuguesas. A escassez de oferta ajustada à procura obriga a criar soluções de habitação em linha com as necessidades e expetativas dos portugueses. O que nos leva a outro aspeto crucial, que é a adoção de novas tecnologias de construção, com diversos benefícios para o consumidor, para a sociedade e sobretudo para a sustentabilidade ambiental.

O sector imobiliário deverá assumir a liderança e priorizar o desenvolvimento sustentável através da incorporação das novas tecnologias construtivas e da implementação das melhores práticas e das certificações internacionais aplicáveis em Portugal. Porém, também é importante melhorar a coerência e assegurar maior consistência internacional nos critérios das diferentes certificações.