Em termos globais, temos assistidos a uma proliferação de modelos de negócios que procuram tirar partido de soluções digitais que estão constantemente a surgir. No âmbito do setor imobiliário, temos verificado o surgimento das proptechs, que são empresas ligadas ao setor imobiliário que procuram alavancar o seu negócio com recursos tecnológicos.
A realidade é que este setor está associado a movimentos financeiros com grande significado, sendo por isso especialmente atrativo a soluções tecnológicas que procuram “ecossistemas” para se instalarem.
De facto, aqui há um desafio enorme: a tecnologia não pode, nem deve, substituir o potencial do relacionamento humano. Acredito que todos os empreendedores quando procuram incorporar a tecnologia devem refletir sobre o que estão a fazer e como estão a fazer.
Por um lado, é indispensável que uma imobiliária, cuja atividade assenta na transação de ativos imobiliários, tenha a capacidade de incorporar todas as soluções tecnológicas que podem potenciar o seu serviço ao cliente. No entanto, simultaneamente, não devem permitir que a incorporação de soluções tecnológicas signifique o dispensar de proximidade relacional e humana.
As empresas mais competitivas à escala global nesta atividade são exatamente aquelas que simultaneamente incorporam, mas melhores soluções tecnológicas e não dispensam a proximidade e o relacionamento humano. De facto, as soluções são muitas, no entanto, têm de ter a capacidade de criar espaço para a interatividade pessoal.
A proliferação de soluções de modelos de negócio alavancados em tecnologia a que temos assistido ainda são meros modelos intermédios, face aquilo que poderá acontecer no futuro, onde a inteligência artificial ocupar-se-á de conhecer o que é que determinada pessoa pretende e do que gosta.
No futuro, os modelos de inteligência artificial vão caracterizar pessoas e suas oscilações emocionais, mas, entretanto, temos um enorme e fantástico caminho a percorrer onde os desafios são inesperados e totalmente desprovidos de qualquer tecnologia:
- Escassez de oferta de soluções imobiliárias, aumento das taxas de juro, inflação, conversão energética, melhorar o nosso desempenho, conhecer novas soluções, privilegiar o relacionamento entre nós, etc.
Com mais ou menos tecnologia, aqueles irão marcar o ritmo do dia a dia.