Luis Lima
Luis Lima
Presidente da APEMIP

Todos somos responsáveis

01/07/2020

De entre os motivos que estiveram na origem deste afamado “milagre”, esteve decerto o receio da população em viver o cenário dramático que se vivia em Espanha ou Itália, e que diariamente nos entrava casa a dentro através dos telejornais, levando os próprios cidadãos a confinarem-se mesmo antes de o Governo exigir este confinamento, não desmerecendo a ação Governativa que, a meu ver, foi eficaz e beneficiou da colaboração da própria oposição.

A boa imagem que conseguimos transmitir para o exterior, deu até indícios de que Portugal estava a ser percecionado como uma boa alternativa para investimentos, pela confiança e segurança que o seu desempenho conseguiu transmitir.

Mas as mais recentes notícias que apontam para um aumento de casos confirmados e de surtos de origem desconhecida ou provocados por ajuntamentos ilegais, e é aqui que devemos apelar ao sentido de responsabilidade de todos nós, enquanto cidadãos.

Quando facilitamos e desrespeitamos as medidas de higiene e segurança que são recomendadas, estamos a por em risco a nossa saúde, a dos que nos rodeiam, mas também a sanidade da própria economia nacional.

Estamos a adiar a segurança e a confiança necessárias para permitir o regresso do turismo (seja ele externo ou interno) e assim a colocar em causa milhares de postos de trabalho que dele dependem e, em última análise, o nosso próprio emprego. Entra-se numa bola de neve que passa a ser muito difícil de travar.

O “excesso de turismo” de que muitos se queixavam e que levou até a gerar alguma “turismofobia”, deve agora deixar saudades a muitos dos que dele dependiam e nem sabiam, tendo, creio eu, ficado bem clara a sua importância no panorama económico nacional.

Esta pandemia foi quase uma “chapada de luva branca” aos que depressa se esqueceram do impacto da última crise que vivemos no País, e da qual tanto nos custou erguer, e reclamavam de barriga cheia e memória curta.

Sabemos agora que o covid 19 não tem fim à vista e que o facto de termos desconfinado não significa que o pior já passou, mas é preciso que continuemos a ter consciência disso, e acima de tudo o comprometimento de cumprirmos com aquilo que nos é exigido, pelo bem da nossa saúde, mas também para proteger nossos empregos e as empresas que o geram.

A responsabilidade é de todos e de cada um de nós.