Manuel Reis Campos
Manuel Reis Campos
Presidente da CPCI e da AICCOPN

Transformação digital da construção capta jovens para o setor

30/06/2021

Na verdade, a modernização do Setor, a sua digitalização, a utilização de tecnologias de ponta como drones, impressão 3D ou novos materiais, é uma realidade em crescimento nas empresas. Existe, ainda, um caminho a percorrer, mas, hoje, o trabalho “nas obras” e em todos os serviços complementares é muito diferente daquela que é a perceção generalizada, desta atividade. As expectativas geradas pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e pelo planeamento do investimento nacional em infraestruturas previsto no PNI - Programa Nacional de Investimentos 2030, a par de uma muito significativa falta de mão-de-obra especializada, colocaram muitos portugueses, incluído os jovens, a olhar para a Construção e Imobiliário com uma outra perspetiva.

Efetivamente, as perspetivas de crescimento e a transformação digital que a construção vai ser alvo, constituem uma grande oportunidade para alterar o mindset, sobretudo, dos nossos jovens, para que estes possam abraçar os desafios desta atividade e assumir o Setor como um futuro profissional assegurado.

Naturalmente que, desde logo, compete ao poder político transmitir confiança e segurança num planeamento estratégico que tem de ser rigoroso e efetivo, permitindo reconhecer a Construção e Imobiliário enquanto Setor promissor, com carreiras profissionais evolutivas. Simultaneamente, há que atuar, através de políticas ativas de desenvolvimento e formação nesta atividade, para que, por um lado se potencie a captação de mão de obra jovem e, por outro, esta seja uma oportunidade para reconverter os desempregados oriundos dos setores mais afetados pela pandemia, reposicionando-os no mercado de trabalho, num setor com a potencialidade crescente de motor da retoma da economia e do crescimento sustentado.

Temos um tecido empresarial nacional que está, como sempre esteve, preparado para responder às necessidades do País, centros de formação altamente qualificados para este efeito e um conjunto de oportunidades, quer por via dos instrumentos de financiamento europeu quer da nossa capacidade para atrair investimento privado, de crescer e gerar emprego ao longo dos próximos anos. É preciso responder à atual escassez de mão-de-obra com uma estratégia capaz de alinhar os objetivos nacionais com as reais necessidades das empresas e do mercado de trabalho.