Investimento regista o semestre mais forte desde 2020

10/09/2025
Investimento regista o semestre mais forte desde 2020
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Nos primeiros seis meses deste ano, o imobiliário comercial português atraiu investimentos de 1.220 milhões de euros. Este é o melhor resultado de um primeiro semestre que se regista desde 2020, quando se registaram 1.670 milhões de euros, fruto de um nível excecional de transações. 

De acordo com o mais recente “Market Dynamics”, da JLL, o montante investido neste semestre fez a atividade disparar 82% face aos 668 milhões de euros alocados ao setor no mesmo período de 2024, quando o mercado transacionou a um ritmo relativamente baixo num contexto de elevadas taxas de juro e de instabilidade geopolítica internacional. Esta atividade está 28% acima da média dos últimos cinco anos.

“Desde 2020 que não tínhamos um 1º semestre com este volume de investimento, comprovando que Portugal é um destino sólido para o capital internacional, ao mesmo tempo que os investidores nacionais estão mais competitivos e dinâmicos” afirma Andreia Almeida, Head of Research da JLL Portugal.

O setor do retalho liderou as preferências dos investidores neste período, captando quase metade do capital aplicado (49%). Seguiram-se a hotelaria, com 27% do total, os escritórios (11%), o industrial e logístico (9%) e, por fim, os segmentos de Living e ativos alternativos, que juntos representaram 4%.

O período foi impulsionado pela continuidade das transações de centros comerciais, pela forte participação de capital institucional português e pela entrada de novos investidores estrangeiros, além dos já presentes no mercado.

Andreia Almeida assinala “o contributo dos centros comerciais para esta dinâmica. Este foi um produto âncora do nosso mercado durante anos, mas que tinha perdido alguma tração já nesta década. Foi uma questão global, com muitos investidores a afastarem-se desta tipologia de ativo pelo risco percecionado devido à massificação do comércio online e da então declarada morte da loja física. A realidade demonstrou que não é assim, com a reinvenção do espaço físico de compra, e Portugal volta a destacar-se a nível internacional neste segmento, onde sempre fomos líderes e muito inovadores”, acrescenta.

Quanto ao desempenho esperado para o investimento imobiliário na segunda metade de 2025, Andreia Almeida salienta que “Portugal mantém boas perspetivas macroeconómicas, com uma previsão de crescimento do PIB acima da média europeia, num contexto de continuação da compressão das taxas de juro. Isto associado a indicadores muito fortes do mercado imobiliário nacional, incluindo taxas de disponibilidade reduzidas e um crescimento das rendas nos diversos formatos de ativos. Além disso, observa-se um movimento de valorização dos ativos nos diferentes segmentos por via de melhorias operacionais e funcionais e pela adoção dos princípios de ESG”.