Terminou a 7 de novembro a Semana da Reabilitação Urbana do Porto, a 12ª edição e a mais concorrida de sempre, registando 2.235 participantes responsáveis por 12.896 registos nas várias sessões temáticas dos três dias de agenda do evento.
Pela segunda vez, o evento, organizado pela Vida Imobiliária, atravessou o Douro, e realizou-se nas Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia. Este ano, reuniu um amplo apoio das câmaras municipais de Vila Nova de Gaia, Porto, Maia e Matosinhos, bem como das principais associações do setor da construção e do imobiliário e das ordens profissionais.
A secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, não pode estar presente no evento, mas participou na sessão inaugural através de uma mensagem de vídeo, na qual sublinhou que “foi junto dos municípios que foi possível perceber as reais necessidades habitacionais, 130.000 famílias necessitadas, e não 26.000”. Reafirmou o compromisso do Governo em investir 2.800 milhões de euros até 2030, aquele que “é o maior investimento de habitação pública”. A secretária de Estado da Habitação frisou ainda a importância de garantir “qualidade e equilíbrio” nas soluções habitacionais.
A abertura do evento ficou também marcada pela intervenção de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, enfatizou que “queremos fazer política pública com uma estrutura de parceiros, que nos ajudam a desenhar o território, com o seu know-how, disponibilidade e vontade de investimento e de inovação”. Em Gaia, “temos uma pluralidade de objetivos e necessidades a quem queremos chegar, e por isso precisamos também de uma pluralidade de atores que queiram aqui desenvolver a sua atividade económica”, acrescentou.
Por seu turno, Manuel Reis Campos, presidente da CPCI E da AICCOPN, destacou no primeiro dia do evento a necessidade de um esforço conjunto para reabilitar o parque habitacional, alertando que “o problema da habitação em Portugal é sobretudo social” e somente “com um esforço conjunto seremos capazes de reabilitar o nosso parque habitacional e enfrentar o desafio da escassez de habitação em Portugal”.
Habitação, Simplex e construção sustentável aqueceram o debate
A programação do evento manteve o seu caráter multidisciplinar. No total, foram 11 conferências plenárias, complementadas por workshops técnicos e seminários jurídicos, envolvendo mais de 130 oradores, distribuídos por dois palcos, ao longo de três dias.
Entre os temas centrais da edição deste ano da Semana da Reabilitação Urbana destacaram-se a nova estratégia para a habitação – o plano "Construir Portugal", a execução do Programa 1.º Direito e no anunciado incremento de oferta pública de habitação. Da construção modular e industrializada, à tecnologia e inteligência artificial, os presentes refletiram sobre as soluções para que o setor possa responder e acomodar o grande volume de obra que se antecipa para os próximos anos.
Destaque para a participação do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana no evento, representado pelo seu novo presidente, Benjamim Pereira, que destacou que “a cidade, como qualquer organismo vivo, precisa muito de atenção”, e a importância de todos os agentes do mercado trabalharem em conjunto. “O IHRU é apenas um desses agentes”. E acredita que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) surge como uma “oportunidade para alavancar financeiramente” programas de apoio habitacional, como o 1.º Direito, Porta de Entrada e Porta 65. Por outro lado, “já foram concluídas obras de reabilitação em mais de 13.000 habitações, estão em curso outras 600, e outras tantas em várias fases de projeto. Os nossos esforços estão na redução do número de habitações vagas ou ocupadas abusivamente”.
Benjamim Pereira reconheceu que “não foi preparada resposta para estas exigências e necessidades [habitacionais] dos cidadãos. Impõe-se uma reestruturação deste organismo, da qual já estamos a tratar, para melhor responder aos cidadãos”, assinalando a intenção de ajustar a estrutura interna do instituto para dar resposta à crescente procura, nomeadamente ao nível dos recursos humanos. “O trabalho é árduo e difícil, mas não somos pessoas de nos deixar abater”, acrescentando que “estaremos disponíveis todos os dias para melhorar. Porque os portugueses merecem todo o nosso empenho e dedicação”.
O ciclo de conferências recebeu também municípios, ordens profissionais e operadores de mercado para um primeiro balanço ao Simplex Urbanístico. A energia e a sustentabilidade foram também protagonistas com conferências dedicadas às novas diretivas comunitárias da energia e à mobilidade elétrica. A Semana da Reabilitação Urbana do Porto abordou ainda a dinâmica de investimento e de captação de talento do Grande Porto, bem como as prioridades e os desafios do turismo e da atividade do alojamento local.
No último dia do evento, foi lançada a edição de 2025 do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, numa sessão dedicada aos prémios e iniciativas nacionais e municipais que promovem e distinguem o melhor que se faz ao nível da reabilitação urbana e preservação do património.
A 12.ª edição da Semana da Reabilitação Urbana do Porto contou também com o apoio Platina do Grupo Preceram, da MAPEI, da Reynaers Aluminium, da Saint-Gobain, da Schmitt + Sohn Elevadores, da Tecofix e da Secil. Na categoria Ouro incluem-se a A400, Avenue, BOSCH, Caixiave, ChargeGuru, Civilria, SAN JOSE Constructora, Cosentino, Fassa Bortolo, Morais Leitão, NOS Smart Home, Perfisa, PLMJ, Reify., Savills, Smeg, Valchromat, Victoria Seguros e Viroc.
Nos patrocínios institucionais alinharam a Câmara Municipal de São João da Madeira, o IHRU, a ADENE, AICCOPN, APEMIP, APPII, Ordem dos Arquitectos-SRN, Ordem dos Engenheiros – Região Norte, Ordem dos Engenheiros Técnicos e a marca R.U.-I.S. Os apoios institucionais cabem à ACAI, AHP, ALEP, ANFAJE, APEGAC, APFIPP, CLUSTER HABITAT SUSTENTÁVEL, GECoRPA – Grémio do Património e WIRE Portugal.
